Ebook4Kindle The Best!toda essa viagem terminasse numa decepção. Mas t terjemahan - Ebook4Kindle The Best!toda essa viagem terminasse numa decepção. Mas t Bahasa Indonesia Bagaimana mengatakan

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Ebook4Kindle The Best!
toda essa viagem terminasse numa decepção. Mas também sabia que uma única pessoa era a
culpada pelo
aperto em que me encontrava: eu mesma.
Eu havia crescido achando que herdaria metade da fortuna de tia Rose e, por causa disso, nem
sequer tentara construir a minha. Enquanto outras moças da minha idade haviam escalado o
poste
escorregadio da carreira com as unhas meticulosamente feitas, eu só havia trabalhado em
atividades de que
gostava – como dar aulas em colônias de férias dedicadas ao estudo de Shakespeare -, sabendo
que, mais
cedo ou mais tarde, a herança de tia Rose cuidaria da minha crescente dívida com os cartões de
crédito.
Como resultado, agora eu tinha pouco a que recorrer, exceto uma fugidia relíquia de família,
deixada em
terras distantes por uma mãe de quem eu mal conseguia me lembrar.
Desde que abandonara o curso de pós-graduação, eu não tinha morado em nenhum lugar em
particular, dormindo nos sofás de amigos do movimento pacifista e indo embora toda vez que
conseguia
um trabalho para lecionar Shakespeare. Por alguma razão, as peças do Bardo eram a única coisa
que havia
se fixado em minha cabeça e, por mais que tentasse, nunca me cansava de Romeu e Julieta.
Vez por outra, dava aulas para adultos, mas preferia de longe as crianças ― talvez por ter uma
boa
dose de certeza de que elas gostavam de mim. Minha primeira pista disso era que sempre se
referiam aos
adultos como se eu não fosse um deles. Eu ficava feliz por elas me aceitarem como uma delas,
embora
soubesse que isso não era propriamente um elogio. Significava apenas que elas desconfiavam
que eu
também nunca havia crescido de verdade e que, mesmo aos 25 anos, ainda dava a impressão de
ser uma
adolescente atrapalhada, que lutava para articular ― ou, com mais frequência, esconder ― a
poesia que
levava em minha alma.
Não contribuía para minha carreira o fato de eu ser completamente incapaz de visualizar meu
futuro. Quando me perguntavam o que eu gostaria de fazer da vida, não tinha ideia do que
responder e,
quando tentava me imaginar dali a cinco anos, só conseguia enxergar um grande buraco negro.
Nos
momentos de melancolia, interpretava essa escuridão iminente como um sinal de que morreria
jovem e de
que a razão para eu não conseguir contemplar meu futuro era que não existia nenhum. Minha
mãe tinha
morrido jovem, assim como minha avó ― a irmã mais nova de tia Rose. Por algum motivo, o
destino nos
perseguia e, toda vez que eu me via contemplando um compromisso a longo prazo, fosse ele de
trabalho
ou de moradia, sempre recuava na última hora, perseguida pela ideia de que não estaria presente
para vêlo
concluído.
Toda vez que eu voltava para passar o Natal ou minhas férias de verão em casa, tia Rose me
implorava discretamente que ficasse com ela, em vez de continuar em minha existência sem
rumo. "Sabe,
Julie", dizia enquanto decorava a árvore de Natal, um anjo de cada vez, "você poderia voltar para
cá por
uns tempos e pensar no que gostaria de fazer."
No entanto, apesar de me sentir tentada, eu sabia que não podia fazer isso. Janice estava morando
sozinha, ganhando dinheiro com o agenciamento de casais e morando num apartamento alugado,
de dois
quartos e com vista para um lago artificial; para mim, voltar para casa seria reconhecer que ela
vencera.
Agora, é claro, tudo havia mudado. Voltar a morar com tia Rose não era mais uma opção. O
mundo
que eu conhecia pertencia a Janice e a mim não restara nada além do conteúdo de um envelope
pardo.
Sentada ali no avião, relendo a carta de tia Rose, acompanhada por um copo plástico de vinho
acre, de
repente me ocorreu como eu estava completamente só, agora que ela se fora e que no mundo
restava
apenas Umberto.
Enquanto crescia, eu nunca fora boa em fazer amizades. Janice, por sua vez, teria dificuldade
para
espremer os amigos mais íntimos e queridos num ônibus de dois andares. Toda vez que ela saía à
noite
com sua turma risonha, tia Rose passava um tempo andando nervosamente em círculos a meu
redor,
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JULIETA – ANNE FORTIER
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fingindo procurar a lente de aumento ou seu lápis especial para palavras cruzadas. Acabava por
se sentar a
meu lado no sofá, parecendo interessada no livro que eu lia. Mas eu sabia que não estava.
"Sabe, Julie", ela dizia, tirando fiapos da calça do meu pijama, "eu me divirto muito bem sozinha.
Se você
quiser sair com seus amigos..."
A sugestão ficava algum tempo no ar, até eu formular uma resposta adequada. A verdade é que
eu
não ficava em casa por pena de tia Rose, mas porque não tinha interesse em sair. Toda vez que
eu deixava
que me arrastassem para um bar, acabava cercada por idiotas e cê-dê-efes, todos os quais
pareciam achar
que estávamos encenando um conto de fadas no qual, antes do fim da noite, eu teria que escolher
um deles.
A lembrança de tia Rose sentada a meu lado, dizendo-me com seu jeitinho meigo para eu cuidar
da
minha vida, me deu outra pontada no coração. Olhando tristemente pela janelinha suja do avião
para o
vazio lá fora, me peguei pensando se toda aquela viagem seria, quem sabe, uma espécie de
castigo pelo
modo como eu a havia tratado. Talvez Deus pretendesse fazer o avião cair, só para me dar uma
lição. Ou
talvez me deixasse chegar de fato a Siena, para então descobrir que outra pessoa já havia
surrupiado o
tesouro da família.
Na verdade, quanto mais pensava no assunto, mais suspeitava que a verdadeira razão para tia
Rose
nunca ter mencionado a questão em vida era que toda essa história não passava de balela. Talvez
ela
simplesmente houvesse pirado no fim e, nesse caso, era bem possível que o pretenso tesouro
fosse apenas
uma fantasia. E mesmo que, contrariando todas as probabilidades, algo de valor realmente
houvesse ficado
em Siena depois da nossa partida, mais de 20 anos antes, quais eram as chances de que ainda
estivesse lá?
Considerando-se a densidade populacional da Europa e a esperteza da humanidade em geral, eu
ficaria
muito surpresa se ainda restasse algum queijo no centro do labirinto, quando ― e se ― eu
chegasse lá.
A única ideia que me animou durante esse longo voo insone foi que cada garrafinha em
miniatura
trazida pelos risonhos comissários de bordo me afastava um pouco mais de Janice, Lá estava ela,
dançando
numa casa toda sua, rindo da minha desgraça. Não fazia ideia de que eu estava indo à Itália, nem
imaginava que a pobre tia Rose me despachara numa caça ao tesouro inútil, e ao menos por isso
eu podia
me alegrar. Afinal, se minha viagem não resultasse na recuperação de algo significativo, eu
preferiria que
Janice não estivesse por perto para exultar com minha derrota.
ATERRISSAMOS EM FRANKFURT em meio a algo que lembrava um dia ensolarado e saí do
avião
arrastando os pés nas sandálias de dedo, de olhos inchados e com um pedaço de strudel de maçã
ainda
entalado na garganta. Faltavam mais de duas horas para a conexão que me levaria a Florença e,
assim que
cheguei ao saguão, me estiquei sobre três cadeiras e fechei os olhos, com a cabeça na bolsa de
macramê,
cansada demais para me importar se alguém fugisse com o resto.
Em algum ponto entre o sono e a vigília, senti a mão de alguém batendo em meu braço.
― Ai, ai, ai - disse uma voz que era uma mescla de café e fumaça ―, mi scusi!
Abri os olhos e vi a mulher que se sentara a meu lado, sacudindo freneticamente umas migalhas
de pão do
meu braço. Enquanto eu cochilava, o saguão havia lotado e as pessoas me olhavam como quem
olha para
um sem-teto ― com uma mistura de desdém e solidariedade.
― Não se preocupe ― falei, me sentando. -― Estou mesmo toda desarrumada.
― Tome! ― Ela me ofereceu metade de seu croissant, talvez como urna espécie de
compensação. ―
Você deve estar com fome.
Olhei para ela, surpresa com sua bondade.
― Obrigada.
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JULIETA – ANNE FORTIER
Ebook4Kindle The Best!
Chamar a mulher de elegante seria uma redução grosseira da realidade. É claro, ela já havia
passado
da flor da idade, mas isso não parecia ter lhe tirado o ânimo. Tudo nela combinava à perfeição:
não apenas
a cor do batom e do esmalte, mas também os escaravelhos dourados presos em seus sapatos, em
sua bolsa e
no chapeuzinho chique sobre os cabelos imaculados. Desconfiei fortemente ― e seu sorriso
coquete mais do
que confirmou ― de que aquela mulher tinha todos os motivos para estar satisfeita consigo
mesma.
Provável dona de uma fortuna ― ou, pelo menos, casada com alguém que o fosse ―, ela dava a
impressão
de não ter uma só preocupação na vida, exceto a de mascarar a alma tarimbada com um corpo
cuidadosamente conservado.
― Você está indo para Florença? ― perguntou, com um sotaque acentuado e extremamente
charmoso. ― Para ver todas aquelas chamadas obras de arte?
― Para Siena, na verdade ― respondi, de boca cheia. ― Nasci lá. Mas desde então nunca mais
voltei.
― Que maravilha! ― exclamou ela. ― Mas que estranho! Por que não?
― É uma longa história.
― Conte-me. Você precisa me contar tudo ― disse, mas, ao ver minha hesitação, estendeu a
mão. ―
Desculpe-me. Sou muito curiosa. Eu me chamo Eva Maria Salimbeni.
― Julie... Giulietta Tolomei.
Por pouco ela não caiu da cadeira:
― Tolomei? O seu sobrenome é Tolomei? Não, não acredito! Não é possível! Espere... em que
poltrona você está? Sim, no avião. Deixe-me ver... ― pediu. Deu uma espiada em meu cartão de
embarque
e, no mesmo instante, tirou-o da minha mão. ― Um minuto! Fique aqui!
Ela se dirigiu ao balcão e fiquei me perguntando se aquele seria um dia comum na vida de Eva
Maria Salimbeni. Deduzi que ela devia estar tentando trocar os lugares para que pudéssemos nos
sentar
juntas durante o voo e, a julgar por seu sorriso na volta, ela havia conseguido.
― Et voilà! ― disse, entregando-me um novo cartão de embarque. Assim que o vi, tive de
reprimir
um risinho encantado. É claro, para continuarmos nossa conversa, eu teria que ser transferida
para a
primeira classe.
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Ebook4Kindle The Best!toda essa viagem terminasse numa decepção. Mas também sabia que uma única pessoa era aculpada peloaperto em que me encontrava: eu mesma.Eu havia crescido achando que herdaria metade da fortuna de tia Rose e, por causa disso, nemsequer tentara construir a minha. Enquanto outras moças da minha idade haviam escalado oposteescorregadio da carreira com as unhas meticulosamente feitas, eu só havia trabalhado ematividades de quegostava – como dar aulas em colônias de férias dedicadas ao estudo de Shakespeare -, sabendoque, maiscedo ou mais tarde, a herança de tia Rose cuidaria da minha crescente dívida com os cartões decrédito.Como resultado, agora eu tinha pouco a que recorrer, exceto uma fugidia relíquia de família,deixada emterras distantes por uma mãe de quem eu mal conseguia me lembrar.Desde que abandonara o curso de pós-graduação, eu não tinha morado em nenhum lugar emparticular, dormindo nos sofás de amigos do movimento pacifista e indo embora toda vez queconseguiaum trabalho para lecionar Shakespeare. Por alguma razão, as peças do Bardo eram a única coisaque haviase fixado em minha cabeça e, por mais que tentasse, nunca me cansava de Romeu e Julieta.Vez por outra, dava aulas para adultos, mas preferia de longe as crianças ― talvez por ter umaboadose de certeza de que elas gostavam de mim. Minha primeira pista disso era que sempre sereferiam aosadultos como se eu não fosse um deles. Eu ficava feliz por elas me aceitarem como uma delas,emborasoubesse que isso não era propriamente um elogio. Significava apenas que elas desconfiavamque eutambém nunca havia crescido de verdade e que, mesmo aos 25 anos, ainda dava a impressão deser umaadolescente atrapalhada, que lutava para articular ― ou, com mais frequência, esconder ― apoesia quelevava em minha alma.Não contribuía para minha carreira o fato de eu ser completamente incapaz de visualizar meufuturo. Quando me perguntavam o que eu gostaria de fazer da vida, não tinha ideia do queresponder e,quando tentava me imaginar dali a cinco anos, só conseguia enxergar um grande buraco negro.Nosmomentos de melancolia, interpretava essa escuridão iminente como um sinal de que morreriajovem e deque a razão para eu não conseguir contemplar meu futuro era que não existia nenhum. Minhamãe tinhamorrido jovem, assim como minha avó ― a irmã mais nova de tia Rose. Por algum motivo, odestino nosperseguia e, toda vez que eu me via contemplando um compromisso a longo prazo, fosse ele detrabalhoou de moradia, sempre recuava na última hora, perseguida pela ideia de que não estaria presentepara vêloconcluído.Toda vez que eu voltava para passar o Natal ou minhas férias de verão em casa, tia Rose meimplorava discretamente que ficasse com ela, em vez de continuar em minha existência semrumo. "Sabe,Julie", dizia enquanto decorava a árvore de Natal, um anjo de cada vez, "você poderia voltar paracá poruns tempos e pensar no que gostaria de fazer."No entanto, apesar de me sentir tentada, eu sabia que não podia fazer isso. Janice estava morandosozinha, ganhando dinheiro com o agenciamento de casais e morando num apartamento alugado,de doisquartos e com vista para um lago artificial; para mim, voltar para casa seria reconhecer que elavencera.Agora, é claro, tudo havia mudado. Voltar a morar com tia Rose não era mais uma opção. Omundoque eu conhecia pertencia a Janice e a mim não restara nada além do conteúdo de um envelopepardo.Sentada ali no avião, relendo a carta de tia Rose, acompanhada por um copo plástico de vinhoacre, derepente me ocorreu como eu estava completamente só, agora que ela se fora e que no mundorestavaapenas Umberto.Enquanto crescia, eu nunca fora boa em fazer amizades. Janice, por sua vez, teria dificuldadeparaespremer os amigos mais íntimos e queridos num ônibus de dois andares. Toda vez que ela saía ànoitecom sua turma risonha, tia Rose passava um tempo andando nervosamente em círculos a meuredor,Página 19EBOOK4KINDLE - O MAIOR PORTAL DE EBOOKS DO BRASIL!JULIETA – ANNE FORTIEREbook4Kindle The Best!fingindo procurar a lente de aumento ou seu lápis especial para palavras cruzadas. Acabava porse sentar ameu lado no sofá, parecendo interessada no livro que eu lia. Mas eu sabia que não estava."Sabe, Julie", ela dizia, tirando fiapos da calça do meu pijama, "eu me divirto muito bem sozinha.Se vocêquiser sair com seus amigos..."A sugestão ficava algum tempo no ar, até eu formular uma resposta adequada. A verdade é queeunão ficava em casa por pena de tia Rose, mas porque não tinha interesse em sair. Toda vez queeu deixavaque me arrastassem para um bar, acabava cercada por idiotas e cê-dê-efes, todos os quaispareciam acharque estávamos encenando um conto de fadas no qual, antes do fim da noite, eu teria que escolherum deles.A lembrança de tia Rose sentada a meu lado, dizendo-me com seu jeitinho meigo para eu cuidardaminha vida, me deu outra pontada no coração. Olhando tristemente pela janelinha suja do aviãopara ovazio lá fora, me peguei pensando se toda aquela viagem seria, quem sabe, uma espécie decastigo pelomodo como eu a havia tratado. Talvez Deus pretendesse fazer o avião cair, só para me dar umalição. Outalvez me deixasse chegar de fato a Siena, para então descobrir que outra pessoa já haviasurrupiado otesouro da família.Na verdade, quanto mais pensava no assunto, mais suspeitava que a verdadeira razão para tiaRosenunca ter mencionado a questão em vida era que toda essa história não passava de balela. Talvezelasimplesmente houvesse pirado no fim e, nesse caso, era bem possível que o pretenso tesourofosse apenasuma fantasia. E mesmo que, contrariando todas as probabilidades, algo de valor realmentehouvesse ficadoem Siena depois da nossa partida, mais de 20 anos antes, quais eram as chances de que aindaestivesse lá?Considerando-se a densidade populacional da Europa e a esperteza da humanidade em geral, euficariamuito surpresa se ainda restasse algum queijo no centro do labirinto, quando ― e se ― euchegasse lá.A única ideia que me animou durante esse longo voo insone foi que cada garrafinha emminiaturatrazida pelos risonhos comissários de bordo me afastava um pouco mais de Janice, Lá estava ela,dançandonuma casa toda sua, rindo da minha desgraça. Não fazia ideia de que eu estava indo à Itália, nemimaginava que a pobre tia Rose me despachara numa caça ao tesouro inútil, e ao menos por issoeu podiame alegrar. Afinal, se minha viagem não resultasse na recuperação de algo significativo, eupreferiria queJanice não estivesse por perto para exultar com minha derrota.ATERRISSAMOS EM FRANKFURT em meio a algo que lembrava um dia ensolarado e saí doaviãoarrastando os pés nas sandálias de dedo, de olhos inchados e com um pedaço de strudel de maçãaindaentalado na garganta. Faltavam mais de duas horas para a conexão que me levaria a Florença e,assim quecheguei ao saguão, me estiquei sobre três cadeiras e fechei os olhos, com a cabeça na bolsa demacramê,cansada demais para me importar se alguém fugisse com o resto.Em algum ponto entre o sono e a vigília, senti a mão de alguém batendo em meu braço.― Ai, ai, ai - disse uma voz que era uma mescla de café e fumaça ―, mi scusi!
Abri os olhos e vi a mulher que se sentara a meu lado, sacudindo freneticamente umas migalhas
de pão do
meu braço. Enquanto eu cochilava, o saguão havia lotado e as pessoas me olhavam como quem
olha para
um sem-teto ― com uma mistura de desdém e solidariedade.
― Não se preocupe ― falei, me sentando. -― Estou mesmo toda desarrumada.
― Tome! ― Ela me ofereceu metade de seu croissant, talvez como urna espécie de
compensação. ―
Você deve estar com fome.
Olhei para ela, surpresa com sua bondade.
― Obrigada.
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JULIETA – ANNE FORTIER
Ebook4Kindle The Best!
Chamar a mulher de elegante seria uma redução grosseira da realidade. É claro, ela já havia
passado
da flor da idade, mas isso não parecia ter lhe tirado o ânimo. Tudo nela combinava à perfeição:
não apenas
a cor do batom e do esmalte, mas também os escaravelhos dourados presos em seus sapatos, em
sua bolsa e
no chapeuzinho chique sobre os cabelos imaculados. Desconfiei fortemente ― e seu sorriso
coquete mais do
que confirmou ― de que aquela mulher tinha todos os motivos para estar satisfeita consigo
mesma.
Provável dona de uma fortuna ― ou, pelo menos, casada com alguém que o fosse ―, ela dava a
impressão
de não ter uma só preocupação na vida, exceto a de mascarar a alma tarimbada com um corpo
cuidadosamente conservado.
― Você está indo para Florença? ― perguntou, com um sotaque acentuado e extremamente
charmoso. ― Para ver todas aquelas chamadas obras de arte?
― Para Siena, na verdade ― respondi, de boca cheia. ― Nasci lá. Mas desde então nunca mais
voltei.
― Que maravilha! ― exclamou ela. ― Mas que estranho! Por que não?
― É uma longa história.
― Conte-me. Você precisa me contar tudo ― disse, mas, ao ver minha hesitação, estendeu a
mão. ―
Desculpe-me. Sou muito curiosa. Eu me chamo Eva Maria Salimbeni.
― Julie... Giulietta Tolomei.
Por pouco ela não caiu da cadeira:
― Tolomei? O seu sobrenome é Tolomei? Não, não acredito! Não é possível! Espere... em que
poltrona você está? Sim, no avião. Deixe-me ver... ― pediu. Deu uma espiada em meu cartão de
embarque
e, no mesmo instante, tirou-o da minha mão. ― Um minuto! Fique aqui!
Ela se dirigiu ao balcão e fiquei me perguntando se aquele seria um dia comum na vida de Eva
Maria Salimbeni. Deduzi que ela devia estar tentando trocar os lugares para que pudéssemos nos
sentar
juntas durante o voo e, a julgar por seu sorriso na volta, ela havia conseguido.
― Et voilà! ― disse, entregando-me um novo cartão de embarque. Assim que o vi, tive de
reprimir
um risinho encantado. É claro, para continuarmos nossa conversa, eu teria que ser transferida
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Semua perjalanan ini berakhir dengan kekecewaan. Tapi saya juga tahu bahwa satu orang adalah untuk
menyalahkan untuk
memeras di mana saya :. sendiri
saya dibesarkan pemikiran yang mewarisi setengah dari kekayaan Bibi Rose dan, karena itu, atau
mencoba bahkan membangun tambang. Sementara gadis-gadis lain seusiaku telah menaiki
tiang
karir licin dengan kuku cermat dibuat, saya hanya bekerja di
bahwa kegiatan
seperti - seperti yang diajarkan di kamp musim panas dikhususkan untuk mempelajari Shakespeare - mengetahui
bahwa, bukan
lebih cepat dari sore, warisan Bibi Rose mengurus utang tumbuh saya untuk kartu
kredit.
Akibatnya, sekarang saya memiliki sedikit untuk jatuh kembali kecuali pusaka sekilas,
meninggalkan
negeri-negeri jauh oleh seorang ibu yang saya hampir tidak ingat .
Karena ditinggalkan kursus sekolah pascasarjana, saya tidak tinggal di mana saja di
tertentu, tidur di sofa teman dari gerakan perdamaian dan berjalan pergi setiap kali
bisa
bekerja untuk mengajar Shakespeare. Untuk beberapa alasan, bagian Bardo adalah satu-satunya hal
yang
menjadi tetap di kepala saya dan, cobalah seperti aku mungkin, saya tidak pernah bosan Romeo dan Juliet.
Kadang-kadang, mengajar kelas untuk orang dewasa, tetapi lebih jauh anak-anak - mungkin untuk memiliki
yang baik
kesepakatan kepastian bahwa mereka menyukai saya. Petunjuk pertama saya bahwa ini adalah selalu
mengacu pada
orang dewasa seolah-olah saya salah satu dari mereka. Saya senang bagi mereka untuk menerima saya sebagai salah satu dari mereka,
meskipun
ia tahu itu tidak persis pujian. Berarti hanya itu mereka menduga
bahwa saya
tidak pernah terlalu tumbuh nyata dan bahkan pada 25, tampaknya masih
menjadi
remaja canggung, berjuang untuk mengartikulasikan - atau, lebih sering, menyembunyikan - yang
puisi yang
mengambil ke saya jiwa.
Saya berkontribusi karir saya fakta bahwa saya benar-benar tidak dapat melihat saya
di masa depan. Ketika mereka bertanya apa yang akan saya lakukan dengan hidup saya, saya tidak tahu apa yang harus
menjawab dan,
ketika mencoba untuk mencari saya keluar untuk lima tahun, hanya bisa melihat lubang hitam besar.
Di
masa melankolis, ditafsirkan kegelapan yang akan datang ini sebagai tanda akan mati
muda dan
bahwa alasan saya tidak dapat merenungkan masa depan saya adalah bahwa tidak ada. Saya
ibu telah
meninggal muda, seperti nenek saya - adik Bibi Rose. Untuk beberapa alasan,
tujuan dalam
mengejar dan setiap kali saya menemukan diri saya merenungkan komitmen jangka panjang, baik untuk
bekerja
atau perumahan, selalu mundur pada menit terakhir, dihantui oleh gagasan bahwa tidak akan ada
untuk melihat dia
selesai.
Semua Karena saya kembali untuk menghabiskan Natal atau liburan musim panas saya di rumah, Bibi Rose aku
memohon tenang untuk tinggal bersamanya, daripada terus eksis tanpa saya
arah. "Kau tahu,
Julie," katanya sambil menghias pohon Natal, malaikat pada suatu waktu, "Anda bisa datang
ke sini untuk
sementara waktu dan berpikir tentang apa yang akan saya lakukan."
Namun, meskipun merasa tergoda, aku tahu Saya tidak bisa melakukan itu. Janice tinggal
sendirian, membuat uang dari badan dan pasangan yang tinggal di sebuah apartemen sewaan,
dua
kamar tidur dan menghadap danau buatan; bagi saya kembali ke rumah akan mengakui bahwa ia
telah menang.
Sekarang, tentu saja, semuanya telah berubah. Bergerak kembali dengan Bibi Rose tidak lagi menjadi pilihan. The
dunia
aku tahu milik Janice dan saya tidak apa-apa tapi tetap isi amplop
coklat.
Duduk di sana di pesawat, membaca ulang surat dari Bibi Rose, ditemani secangkir plastik anggur
acre
tiba-tiba saya karena saya sendirian, sekarang dia sudah pergi dan bahwa dunia
tetap
hanya Umberto.
Tumbuh, saya tidak pernah pandai membuat teman-teman. Janice, pada gilirannya, akan sulit
untuk
memeras teman yang paling intim dan terkasih dalam bus double-decker. Setiap kali dia pergi keluar pada
malam hari
dengan kelas cekikikan dia, Bibi Rose menghabiskan waktu berputar-putar gugup saya
sekitar,
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JULIET -
ANNE! Fortier Ebook4Kindle Terbaik
berpura-pura untuk mencari lensa meningkatkan atau pensil khusus untuk teka-teki silang. Saya akan akhirnya
duduk untuk
saya di sofa, mencari tertarik dengan buku yang saya baca. Tapi aku tahu aku tidak.
"Kau tahu, Julie," katanya, menghapus benang dari celana piyama saya, "Saya menikmati sangat baik saja.
Jika Anda
ingin pergi keluar dengan teman-teman Anda ..."
Saran itu beberapa waktu di udara sampai merumuskan respons yang tepat. Yang benar adalah bahwa
saya
tidak tinggal di rumah karena kasihan untuk Bibi Rose, tapi karena mereka tidak tertarik meninggalkan. Setiap kali
saya meninggalkan
yang menyeret saya ke sebuah bar, baru saja dikelilingi oleh idiot dan ce-mengambil-Fs, semuanya
tampaknya berpikir
kami pementasan dongeng di mana, sebelum akhir malam, aku harus memilih
salah satu dari mereka .
Memori Bibi Rose duduk di sebelah saya, mengatakan saya dengan cara kecilnya manis bagi saya untuk mengurus
dari
hidup saya, memberi saya menusuk lain di hati. Melihat sedih jendela sedikit kotor dari pesawat
untuk
mengosongkan luar sana, saya menemukan diri saya bertanya-tanya apakah semua perjalanan ini akan menjadi, mungkin, semacam
hukuman untuk
cara saya diperlakukan. Mungkin Allah dimaksudkan untuk membuat pesawat jatuh, hanya untuk memberi saya
pelajaran. Atau
mungkin aku membiarkan mendapatkan benar-benar Siena, dan kemudian menemukan bahwa orang lain telah
mengusap
harta keluarga.
Bahkan, semakin aku memikirkannya, semakin dia menduga bahwa alasan sebenarnya untuk Bibi
Rose
tidak pernah disebutkan hal dalam hidup adalah bahwa semuanya itu hanya omong kosong. Mungkin
dia
baru saja terbang di atas dan, jika demikian, itu sangat mungkin bahwa dugaan harta
itu hanya
fantasi. Dan bahkan jika, melawan segala rintangan, sesuatu yang berharga yang benar-benar
telah tinggal
di Siena setelah keberangkatan kami, lebih dari 20 tahun yang lalu, apa yang kemungkinan yang masih
berada di sana?
Mengingat kepadatan penduduk Eropa dan kecerdikan kemanusiaan secara umum, saya
akan
sangat terkejut jika masih tersisa beberapa keju di tengah labirin saat - dan jika -
I. sampai di sana
hanya ide yang bersorak saya selama tidur penerbangan panjang adalah bahwa setiap botol di
miniatur
dibawa oleh pramugari tertawa Aku berjalan pergi sedikit lebih dari Janice, Ada dia,
menari
di sebuah rumah milikmu, menertawakan kemalangan saya. Aku tidak tahu aku akan ke Italia, atau
membayangkan bahwa miskin Bibi Rose telah dikirim saya pada berburu harta karun berguna, dan setidaknya sehingga
saya bisa
bersukacita. Setelah semua, jika perjalanan saya tidak menghasilkan sesuatu pemulihan yang signifikan, saya
akan lebih suka bahwa
Janice tidak sekitar untuk bersukacita dengan kekalahan saya.
Saya mendarat di FRANKFURT tengah sesuatu yang menyerupai hari yang cerah dan turun dari
pesawat
dikocok di sandal jepit , mata bengkak dan sepotong apel strudel
masih
terjebak di tenggorokan. Hilang lebih dari dua jam untuk koneksi yang akan membawa saya ke Florence dan,
segera setelah
aku sampai ke lobi, aku berbaring di atas tiga kursi dan memejamkan mata, kepala di tas
macrame,
terlalu lelah untuk peduli jika seseorang melarikan diri dengan sisa .
Di suatu tempat antara tidur dan bangun, saya merasa tangan seseorang memukul lenganku.
- Oh, oh, oh - kata suara itu campuran kopi dan asap -, mi Scusi
saya membuka mata saya dan melihat wanita yang duduk di sebelah saya, panik gemetar beberapa remah-remah
roti dari
lenganku. Seperti yang saya tertidur, lobi itu penuh sesak dan orang-orang melihat saya sebagai salah satu
melihat
seorang tunawisma - dengan campuran jijik dan solidaritas.
- Jangan khawatir - saya katakan, saya duduk. - Bahkan saya semua kacau.
- Ambil! - Dia menawarkan saya setengah dari croissant nya, mungkin sebagai semacam
kompensasi. -
Anda harus lapar.
Aku menatapnya, terkejut dengan kebaikannya.
- Terima kasih.
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JULIET -
ANNE! Fortier Ebook4Kindle The Best
Call wanita elegan akan menjadi pengurangan kotor realitas . Tentu saja, dia sudah
melewati
perdana kehidupan, tapi itu tidak tampaknya telah mengambil semangatnya. Segala sesuatu tentang dirinya cocok untuk kesempurnaan:
tidak hanya
warna lipstik dan cat kuku, tetapi juga kumbang emas terjebak dalam sepatu Anda, di
tas Anda dan
topi kecil yang chic atas rambut rapi. Saya menduga kuat - dan senyumnya
genit lebih
dari dikonfirmasi - bahwa wanita memiliki setiap alasan untuk senang dengan
hal itu.
Pemilik Kemungkinan dari keberuntungan - atau setidaknya menikah dengan seseorang yang - ia memberi
kesan
dari tidak hanya memiliki peduli di dunia kecuali topeng tarimbada jiwa dengan tubuh
hati-hati diawetkan.
- Anda akan Florence? - Dia bertanya dengan aksen tajam dan sangat
menawan. - Untuk melihat semua panggilan karya seni?
- Untuk Siena, pada kenyataannya - aku berkata, dengan mulut penuh. - Saya lahir di sana. Tapi sejak itu saya tidak pernah
datang kembali.
- Bagaimana indah! - Dia berseru. - Tapi bagaimana aneh! Mengapa tidak?
- Ini cerita panjang.
- Katakan padaku. Anda harus memberitahu saya segala sesuatu - katanya, tetapi, melihat ragu-ragu, dia mengulurkan
tangan. -
Permisi. Saya sangat penasaran. Nama saya Eva Maria Salimbeni.
- Julie ... Giulietta Tolomei.
Hampir ia tidak jatuh dari kursi:
- Tolomei? Apakah Anda Tolomei? Tidak, saya tidak percaya! Anda tidak bisa! Tunggu ... apa
kursi yang Anda? Ya, di pesawat. Coba lihat ... - tanya. Dia melirik kartu saya
pengiriman
dan pada saat yang sama, mengambilnya dari tanganku. - Satu menit! Tinggal di sini!
Dia pergi ke meja dan aku bertanya-tanya apakah itu akan menjadi hari-hari biasa dalam kehidupan Eva
Maria Salimbeni. Saya pikir dia harus mencoba untuk bertukar tempat sehingga kami bisa
duduk
bersama-sama selama penerbangan, dan menilai oleh senyumnya imbalan, ia berhasil.
- Et voila! - Aku berkata, menyodorkan boarding pass baru. Begitu aku melihat dia, aku harus
menekan
tertawa menawan. Tentu saja, untuk melanjutkan percakapan kami, saya harus ditransfer
ke
kelas pertama.
Setelah acomod yang
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